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As mulheres e as cidades: planejamento urbano e políticas inclusivas

Atualizado: 28 de ago. de 2018

Homens e mulheres experimentam e vivenciam a cidade de maneiras diferentes. Quais políticas de planejamento urbano tornam as cidades mais inclusivas?

Foto: Japan House. Mostra Sou Fujimoto.


A divisão sexual do trabalho afeta o modo como homens e mulheres utilizam o transporte público e as ruas, quais serviços públicos acessam e como - homens e mulheres possuem diferentes dinâmicas com a cidade a depender de suas diferentes necessidades e responsabilidades - muitas vezes ainda atribuídas a depender do gênero.


Um exemplo dado por Carolina Ito é, "(...) porque além do trabalho produtivo, a maioria das mulheres também são responsáveis pelo trabalho reprodutivo. Elas realizam trajetos que não integram a lógica masculina da metrópole (ir e vir para o trabalho e para a casa), mas também atividades como ir ao mercado, levar os filhos à escola, ao médico, entre outras tarefas ligadas ao cuidado da família." portanto, a lógica do planejamento urbano que desconsidera tais dinâmicas e a segurança das mulheres no transporte público, somada às opressões de gênero, raça e classe social, dificulta a mobilidade das mulheres, principalmente quando estas moram nas periferias.


O que pode ser feito?


A construção de uma base de dados e o desenvolvimento de pesquisas que busquem compreender as necessidades das mulheres nas cidades é essencial. Como primeiro passo, precisamos ter uma melhor compreensão de como as mulheres e os homens vivenciam e usam espaços públicos de maneiras específicas. Às vezes, as necessidades são contra-intuitivas ao planejamento urbano tradicional. Um exemplo: os investimentos urbanos na Índia que concentraram esforços em "limpar" as cidades e terminaram por expulsar vendedores e vendedoras ambulantes das calçadas. No entanto, resultados apontam que na percepção das mulheres, ter ruas ocupadas por vendedores e transeuntes ajuda no aspecto da segurança pública, tornando as ruas mais amigáveis e mais seguras.


Empoderar as mulheres como líderes da pesquisa urbana e da governança local através de auditorias abertas à comunidade também é uma opção. Assim é possível elaborar estratégias baseadas em informações concretas através de dados e relatos de experiências reais e cotidianas. Ao mesmo tempo, essa tática reconhece as opiniões e vivências das cidadãs como legítimas e promove suas vozes na participação e tomada de decisões políticas.


Por fim, mais planejadoras urbanas precisam ser envolvidas na construção e no desenho das cidades para refletir a composição demográfica e social dos ambientes de forma igualitária. Fazer isso adiantará boa parte de um longo caminho para transformar as cidades em ambientes que são construídos por todos e para todos.


Texto produzido por:

Caroline Garrett

Graduanda em Relações Internacionais na Universidade de São Paulo

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