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Sobre ser mulher e trabalhar na área de Inovação e Tecnologia

Atualizado: 7 de dez. de 2017


Os estereótipos de gênero começam a fazer parte da nossa vida antes mesmo de nascermos, a partir do descobrimento do nosso sexo biológico, um gênero nos é prontamente atribuído e nossa vida social começa a ser construída baseada nessa “caixinha” formada por estereótipos, padrões, comportamentos, formas de agir, pensar, se vestir, gostar…


A construção social do gênero, e até mesmo do sexo biológico, implica em consequências nas mais diversas esferas de nossa vida, dentre elas a escolha da profissão, que vem sendo definida em torno do gosto por uma ou outra área do conhecimento, que por sua vez, também é construído com base nos estereótipos de gênero.


Desde cedo somos levadxs a crer que há uma forte associação entre o gênero feminino e áreas relacionadas ao cuidado ou às ciências humanas e entre o gênero masculino e as áreas mais duras, das ciências exatas. Desta maneira, há pouco incentivo para que meninas escolham estudar ou se interessar por disciplinas como física, matemática, química, programação. E isso se refletirá diretamente na escolha dos cursos superiores e das profissões.

Segundo a PNAD de 2016, dos 580.000 profissionais de TI que atuam no Brasil, apenas 20% são mulheres – devido, principalmente, a discriminações baseadas nesses estereótipos de gênero. Este processo histórico faz com que atualmente haja uma predominância de pessoas do gênero masculino dentro do setor de TI na sociedade brasileira, tanto no setor privado quanto público, podendo criar um ambiente, diversas vezes, hostil às profissionais da área.


Esses números se refletem profundamente no ambiente em que trabalho, a Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia. A começar pelo número de Analistas de TI aprovadxs em concurso público em 2016 e chamadxs para atuar conosco este ano: dentre as 32 pessoas chamadas, apenas 2 são mulheres.


A questão do gênero é tão preocupante no setor que fez com que se criasse uma diretriz da Secretária-adjunta, acostumada a ser a única mulher em grande parte das reuniões que participa, para que só contratássemos mulheres nas vagas de estágio que seriam abertas, uma forma de incentivar as jovens a ingressarem no mercado de trabalho e não desistirem dos cursos majoritariamente masculinos, como Sistemas da Informação, Ciência da Computação, Engenharias, entre outros.


Este ano, a Coordenação de Políticas para Mulheres da Secretaria de Direitos Humanos convidou a todas as Secretarias Municipais a proporem atividades para integrar o calendário municipal dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A resposta foi paradoxalmente inesperada e sintomática: pela primeira vez, em pouco mais de um ano trabalhando na Secretaria de Inovação e Tecnologia, participei de uma reunião com apenas mulheres para propormos uma atividade que discutisse a violência de gênero na área em que atuamos.


Fomos tomadas por um sentimento de emoção ao vermos quase 30 mulheres reunidas em volta de uma mesa se organizando para preparar um evento que faria parte da agenda proposta pela Coordenação de Políticas para Mulheres. A proposta tirada em reunião foi uma manhã inteira para debatermos junto a convidadas incríveis a questão das Mulheres na Tecnologia e na Inovação, composta pelas atividades: Painel 1 – Mulheres no mercado da tecnologia e da inovação; Painel 2 – Violência de gênero no ambiente virtual; e Dinâmica de conscientização – Violências veladas no cotidiano.


O evento, que ocorreu no último dia 4, contou com a participação de 9 palestrantes especialistas na área, 3 mediadoras da Secretaria e a Coordenadora de Políticas para Mulheres realizando a abertura. A transmissão feita ao vivo e online teve alcance de 80 mil pessoas e o espaço em que o evento foi realizado atingiu sua capacidade máxima.


O resultado da construção desta manhã memorável para nós, mulheres, vocês podem conferir abaixo:


Parte 1:



Parte 2:



Texto produzido por: Letícia Povala Li

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